domingo, 29 de abril de 2012

ENSINAR EXIGE PESQUISA

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Esses quefazeres se encontram um no corpo do outro.
Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando.
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago.
Pesquiso para constatar, constatando, intervenho,
intervindo, educo e me educo.
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar a novidade.
Pensar certo, em termos críticos, é uma exigência que os momentos
do ciclo gnosiológico vão pondo à curiosidade que, tornando-se mais e mais metodicamente rigorosa, transita da ingenuidade para o que venho chamando “curiosidade epistemológica”.
A curiosidade ingênua, de que resulta indiscutivelmente
um certo saber, não importa que metodicamente desrigoroso,
é o que caracteriza o senso comum, o saber de pura experiência feito.
Pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando.
Implica o compromisso do educador com a consciência crítica do educando cuja “promoção” da ingenuidade não se faz automaticamente. 
(Paulo Freire – Pedagogia da Autonomia)

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